O quadro está de volta a Ásia, mais precisamente na
Mongólia, país que faz fronteira com o norte da China e o sul da Rússia,
possuindo um grande território, mas é pouco habitado por conta do clima frio, tendo
a capital Ulan Bator, como a mais fria
do mundo, com uma temperatura média de -5 graus.
A população da Mongólia é pequena, quase três milhões de
habitantes, sendo que 30% são nômades e a capital Ulan Bator, que significa Herói
Vermelho, abrange a maior parte da população, com cerca 1,4 milhão.
Como curiosidade, além da Mongólia ser o país que nasceu
o guerreiro Gengis Khan, com 34% da população tendo descendência dele, o país
possui mais de 2 milhões de cavalos, que são domesticados há exatos 8 mil anos.
Estátua do guerreiro Gengis Khan na capital Ulan Bator. |
Gengis Khan até hoje é referência no país, com seu nome
no principal aeroporto, uma estátua de 40 metros na capital e uma grande
história, sendo o maior conquistador de territórios, com mais de 13 milhões de
quilômetros entre Ásia e Europa, implantando assim o papel moeda, uma rede de
estradas de 7 mil quilômetros, e também a inflação, com a enxurrada de dinheiro
aumentando os preços e a demanda por produtos importados. A morte de Gengis
Khan ocorreu em 1227, mas até hoje não se sabe onde foi enterrado seu corpo, e
há lendas de que todos os envolvidos no enterro foram mortos para não
reconhecerem o local.
Falando de futebol, a Mongólia é apenas o número 204 do
ranking da Fifa, que segundo Enkhjin Batsumber do departamento de marketing da
federação mongol, o país só está nesta posição porque ficou alguns anos sem
disputar amistosos.
“O futebol começou a se profissionalizar a seis anos
atrás apenas, a média salarial é de apenas 500 dólares, e o esporte está longe
de ser o primeiro no país, que possui o wrestiling, uma luta livre mongol, a
corrida de cavalos e o arco e flecha”, completou Batsumber.
Atualmente a Mongólia possui três divisões, a primeira
com 9 equipes, a segunda com 10 equipes, e a terceira divisão é amadora com 20
equipes.
Disputa as competições da Fifa como as eliminatórias
desde 1998, quando sofreu sua maior goleada, 15x0 para o Uzbequistão, e para a
Copa do Mundo de 2018 já foi eliminada pelo Timor Leste.
Em conversa com o Blog do Futebol, o jogador Brasileiro
Ernani, revelado pelo Cruzeiro, foi o primeiro Brasileiro a atuar no país, no
ano de 2012, e retornou ao futebol mongol em 2015, novamente para atuar na
melhor equipe do país, a companhia elétrica do Erchim.
Ernani com a camisa do Erchim, melhor clube do país. |
Como
foi parar na Mongólia? E qual a sua reação quando recebeu a proposta?
No inicio estranhei porque nunca tinha ouvido falar, mas
depois encarei como mais um desafio na minha vida, e fui com pensamento forte,
ate porque agora estou aqui de novo.
Eu fui parar na Mongólia através de um olheiro da minha
cidade, que me indicou para um amigo japonês, ele gostou do meu material e me
indicou para a Mongólia.
Por
que a Mongólia possui poucos estrangeiros em seu futebol?
Quando vim à primeira vez realmente tinha poucos
estrangeiros, agora pela terceira vez que venho, já aumentou bastante o nível
de estrangeiros, isso se deve também ao investimento que a Fifa está dando ao
futebol do pais.
Quanto a Brasileiros, há dois, mas no meu clube somente
eu.
Por
que a Mongólia é fraca no futebol? Por que só há investimento da fifa e não das
empresas?
Aqui o futebol não é como no Brasil, visto como esporte
principal por isso é pouco o investimento.
O primeiro esporte do país é o wrestiling, uma luta livre
Mongol, com o país parando para assistir.
Esse ano muita coisa mudou, algumas grandes empresas
entraram para investir, a televisão também entrou, parece que agora está no caminho
para começar a se desenvolver.
Financeiramente
a passagem vale a pena Ernani?
Depende do ponto de vista, mas digamos que sim. Aqui o
futebol são apenas 6 meses, no período quando chega o verão, porque no inverno
é impossível praticar futebol de campo.
Viver aqui é bem tranquilo no verão, porque no inverno é
bem complicado,com a temperatura chegando a -20 graus.
Fale
sobre a cultura e a vida no pais?
Cultura bem diferente do Brasil, com outros hábitos,
tanto alimentar, quanto comportamental, mas com um jeitinho brasileiro damos um
jeito.
Ernani campeão nacional em sua primeira passagem pela Mongólia. |
Você
possui alguma história curiosa sobre o país?
O que me chama a atenção é a educação das crianças nas
ruas, que quando me veem sempre me cumprimentam mesmo sem conhecer, acho legal
essa receptividade das crianças aqui.
Fale
de sua passagem pelo Erchim e a estrutura do clube?
Foi uma passagem graças a Deus vitoriosa que tive aqui em
2012 e 2013, onde pude ser Bicampeão da Mongolian Legue, e Campeão da Mongolian
Cup e Super Cup Mongolian.
A estrutura do clube é modesta comparada ao Brasil, mas
com tudo que precisamos campo de treinamentos, quadra esportiva e academia.
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